(foto dedicada a Jorge Baptista)
Quanto custa a pele num jogo de bola? Nos recintos, salvo raras excepções, não custa nada. Na TV, salvo raras excepções, custa enormidades. A violência no desporto, pelos dias de hoje, é pouco mais do que uma falácia. É um produto televisivo, potenciado até à exaustão.
Meia dúzia de empurrões, outros tantos tabefes, duas ou três bocas mais arrevesadas, um foguete desvairado, está servido o argumento. Dizem os arautos da desgraça, com ar paternalista e faustoso, que a violência campeia nas arenas desportivas. Pedem protecção às criancinhas, socorro aos velhotes, resguardo às madames. Pedem para as claques quase o mesmo que Hitler para os judeus.
Pedem a renúncia de dirigentes, a queda de governantes. Pedem policiamento para… a polícia. Pedem tudo e até parece que pedem ao futebol para não ser futebol.
Os da bola, esses, pedem-lhes, encarecidamente, que vão palrar a outras freguesias. Pedem-lhes que deixem a bola em paz. Pedem-lhes que vão para as bolas que os pariram. Porque essa gente é uma praga, essa gente faz mal ao futebol.
Há quantos anos não há uma invasão num campo doméstico? Há um quarto de século, pasmem os desatentos. Claro que houve, entretanto, um very-light assassino. Claro que houve, apenas há dias, uma rixa inqualificável num Sporting-Benfica de juniores. Claro que há, haverá sempre, umas porradas nas estações de serviço e umas amolgadelas nos interiores e nas imediações dos estádios.
Violência no futebol? Antes, violência na TV. As televisões é que violentam o futebol com a violência com que tratam a violência. Violentam-nos. E a gente fica-se?
João Malheiro
os canais de televisão generalistas são muy perigosas. distorcem a realidade!
ResponderEliminarJoão Malheiro é mesmo o vosso bobo da corte, é um bobo bem à altura do clube.
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