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terça-feira, 4 de maio de 2010

A Viagem ao Porto de Comboio Vista de Fora Vivida por Dentro

Desta vez opto por reproduzir um texto publicado no jornal A Bola que relata de forma muito interessante a ida ao Porto de comboio dos adeptos do Benfica, cerca de 1500 comigo incluído.
Sem dramas nem pedagogias, o jornalista Pedro Soares esforça-se por contar a sua experiência vivida por dentro. Merece destaque aqui no Red Pass.

Por dentro do comboio dos duros
A BOLA seguiu adeptos do Benfica de Lisboa ao apeadeiro da desilusão Momentos de tensão culminaram com apedrejamentos no regresso Operação de segurança sem precedentes evitou males maiores
(fotos: A Bola)
Por

pedro soares

A partida dos dois comboios especiais com adeptos do Benfica rumo a Campanhã, no domingo, estava prevista para as 12.15 e 12.30 horas, respectivamente. Mas antes das 11 o reboliço já era enorme em Santa Apolónia. Centenas de adeptos do Benfica preparavam-se para viajar rumo ao Porto para assistir ao clássico acompanhados por dezenas e dezenas de agentes de segurança. A BOLA também fez a viagem.

(foto J.G.)

O rigor nas revistas à entrada para cada composição redundou em ligeiro atraso. De Lisboa partiram perto de 1500 pessoas — entre No Name Boys, Diabos Vermelhos e adeptos sem ligação a claques. Todos foram revistados de alto a baixo, cada mochila, faixa e bandeira perscrutada minuciosamente. Garrafas de vidro não entraram, mas carregaram-se muitas paletes de latas de cerveja e muita comida para a longa viagem.


(foto J.G.)

AMEAÇAS LEVADAS A SÉRIO

Todos os cuidados eram poucos perante as ameaças que transformaram este jogo de futebol, que de nada de simples tinha, num barril de pólvora. Estas foram levadas muito a sério pelo Comando Nacional da PSP. Da suposta aquisição de milhares de bolas de golfe pelas claques portistas para serem arremessadas, à pretensa intenção de furtar veículos para os colocar em passagens de nível. Organizou-se a que terá sido a maior operação de segurança de sempre, não só em número de elementos e valências policiais envolvidas (total de cerca de 800 agentes), mas pela complexidade da operação. O apedrejamento ao autocarro do Benfica na véspera vincara o estado de alerta.

De Lisboa foram perto de uma centena os agentes que viajaram nos comboios. Havia spotters em todas as carruagens. Naquela em que A BOLA viajou eram sete. A primeira composição de cada comboio estava reservada às forças de segurança: agentes do Corpo de Intervenção (CI), ainda mais spotters e até equipas da Cruz Vermelha, prontas a acudirem a qualquer emergência médica.

Do lado dos adeptos as ameaças também pareciam ser levadas a sério. Os mais desconfiados quiseram verificar a espessura dos vidros. «Não parte com bolas de golfe», sentenciava um. «Tirando as pedras não deve haver problema», antecipava outro.

DE LISBOA A CAMPANHÃ

O comboio onde seguiu a reportagem de A BOLA, o segundo, deixou Lisboa pelas 12.40 horas, em marcha vagarosa. Pouco depois, começavam os preparativos e ensaios para a que podia ser a tão ansiada consagração — o destino foi, afinal, apeadeiro de enorme desilusão e frustração.

Muita cerveja já escorria pelas gargantas aos primeiros quilómetros, os farnéis eram prontamente espoliados e os cânticos começavam a animar o ambiente. «Cheira bem, cheira a Lisboa», ouvia-se. No ar, o cheiro era outro, sempre intenso ao longo da viagem, e fazia muita gente rir...

A primeira de três paragens até ao Porto é no Entrocamento, às 13.55 horas. Para recolher mais adeptos, sempre minuciosamente revistados. Nova paragem em Coimbra, eram 15.16. Mais adeptos a entrar. Nesta altura, já deviam ser mais de 1700 no total. De todos os pontos do País. Deixado o Mondego, e com as emoções a ficarem ao rubro, começam a ver-se ao longo do trajecto bandeiras e cachecóis encarnados. E também polícia a cada apeadeiro, viaduto, passagem de nível ou até numa simples elevação no terreno. Faltavam dez minutos para as quatro quando se experimentou a primeira sensação de risco. Os spotters ordenam a todos para se sentarem. Os que iam em pé, sem lugar, fizeram-no no chão ou agacharam-se. Da carruagem da frente sai um graduado dos spotters de shotgun em riste. Já se atravessava território potencialmente hostil. Às 16.12, a penúltima paragem: Aveiro. E um contratempo: a segurança local com os adeptos locais colocou-se na linha errada. Uma camisola do FC Porto a passar fez aumentar a tensão por instantes. O contacto foi evitado. Os elementos do CI, nessa altura, já estavam munidos de tanto material que quase desapareciam no meio dele. Capacete, fato de protecção completo, shotguns, cartucheiras, escudos, espingardas para disparar gás lacrimogéneo. «Parece que vão para a guerra...», comenta-se. Havia uma sensação estranha e antagónica no ar: tamanho aparato gerava sentimento de segurança e... de receio.

Entretanto, algumas carruagens já pareciam latas com sardinhas, mas faltava pouco para a Campanhã. Aumentaram as bandeiras de apoio, mas agora com muitas azuis pelo meio. Esmoriz, Ovar, Gaia... Sempre em segurança. A cidade invicta aproximava-se, a chegada deu-se às 17.23. Tudo correra bem, sem incidentes.

RUMO AO DRAGÃO

(foto J.G.)

Seguem-se as movimentações para dar início ao trajecto, em teoria, mais problemático: da estação ao Dragão. A saída do comboio é feita com mais revistas, para a certificação de que mochilas, sacos, o que fosse passível de ser carregado, não deixava as composições. Só bandeiras, cachecóis e objectos pessoais. A olho nu, na imensa coluna vermelha de centenas de metros que se preparava para deixar a estação a partir das 17.45 horas — onde se estimava que estivessem já mais de 2500 elementos —, viam-se mais de meia centena de spotters a abrir caminho, mais duas dezena na rectaguarda e o Corpo de Intervenção a encarregar-se de ladear e fechar a caixa. Ninguém a podia ultrapassar, senão era avisado, primeiro, e brindado com um longo e doloroso bastão, depois. O plano e as ordens tinham de ser escrupulosamente respeitadas, doesse a quem doesse - e doeu a muitos... O trajecto até ao Dragão, perto de dois quilómetros, passava pela rua Pinheiro de Campanhã até à VCI e por aqui até ao estádio. No ar estava um helicóptero a monitorizar as operações no terreno, a batê-lo com visão perfeita.

(foto J.G.)

Imponente. Com a aproximação do estádio, nova situação de risco, a primeira intervenção policial. Carga sobre adeptos portistas que esperavam a coluna e atingiram com pedras um veículo, danificando-o severamente e ferindo uma senhora — alvo errado, danos colaterais. Cinco pessoas foram detidas por arremesso de pedras. A coluna seguiu caminho. Alguns agentes estavam mais tensos, e empurravam de forma bruta a rectaguarda para agilizar a passada. O caminho foi aberto na perfeição. Cada viaduto e acesso rodoviário foi controlado, todas as faixas de trânsito e zonas pedonais com adeptos azuis devidamente sustidas e bloqueadas até a coluna chegar à enorme escadaria que levaria à entrada para a bancada visitante. Para novas e minuciosas revistas, que fizeram com que demorasse mais de duas horas a chegada à entrada, mas quase todos a tempo do pontapé de saída do jogo. Nesse período, sempre muita tensão no ar e a certeza de que fora da coluna não havia ninguém de vermelho em redor do estádio. Pelo meio, já circulava que o autocarro do Benfica tinha sido apedrejado, atingido por bolas de golfe. Como a que foi arremessada para a coluna que já esperava a derradeira revista antes de entrar no estádio. Já nas bancadas, mais confusão até ao apito final [ver caixa].

(foto J.G.)

SUSTO À SAÍDA DO PORTO

Findo o jogo, espera de pouco mais de trinta minutos na bancada até ao caminho de volta a Campanhã. A derrota do Benfica reduzira riscos, mas o plano de segurança continuou a ser meticulosamente cumprido. Tendo por banda sonora o ruído das hélices do helicóptero que até durante o jogo sobrevoou o Dragão, porque a desilusão e frustração já eram tão grandes que só algumas dezenas de elementos ainda conseguiam entoar cânticos... O trajecto de regresso aos comboios fez-se sem sobressaltos, apenas trocas de bocas à passagem por habitações e umas quantas bastonadas em alguns que, distraidamente ou de propósito, passavam os limites da caixa.

O embarque ainda demorou, mas o comboio seguiu o seu caminho já depois da meia-noite. O cansaço já era grande e esperava-se viagem tranquila para Lisboa. Não foi. Minutos depois da partida, sem a escuridão deixar perceber por onde os comboios passavam, pelo menos um deles foi apedrejado. Uma composição foi-o por três vezes. Dois vidros ficaram estilhaçados, os de uma porta partiram-se e atingiram os spotters. Momentos de tensão, mais uma situação de risco, mas a última da viagem que seguiu lenta devido às obras nocturnas em pontos da linha e que terminou já pelas cinco da manhã. Foi o final da história de uma ida a um jogo de futebol. E de como estupidamente ir ver um jogo futebol pode ser, apenas e só, um risco para os adeptos dos dois lados.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

porto 3 - 1 Benfica

O Pior ficou para o fim


Em 15 jogos fora do estádio da Luz que tivemos de fazer esta época para o campeonato fui a 12. Como sei que em Olhão e Paços de Ferreira (as duas cidades onde não estive) não houve fins de semana de terror posso dizer com conhecimento de causa que o pior ficou mesmo para o último jogo.

Jogar no Porto é uma experiência (má) única. É como se uma vez por época tenhamos que ir ver e ouvir com os nossos próprios olhos o sentimento de ódio doentio de um povo que se encosta a um clube de futebol que por sua vez aproveita a força popular para mostrar todo o seu complexo de inferioridade em relação ao maior clube de Portugal, símbolo da Capital do nosso país.

Para nós era só mais um jogo de futebol onde até podíamos ser campeões nacionais, só mais uma viagem onde íamos ser mal recebidos, apenas e só uma partida que nem precisávamos de vencer.
Para eles foi toda uma semana dedicada a incendiar o jogo, as casas do Benfica atacadas, as ameaças, os apelos à violência, tudo para meter medo.
Enquanto os visados são os adeptos do Benfica que insistem em ir à cidade do Porto ver o jogo tudo controlado porque , como se viu, nós aparecemos sempre e enchemos o topo do Dragão para apoiar a nossa equipa.
Agora quando atacam a equipa de futebol e os seus técnicos em plena viagem para a cidade e depois voltam a atacar na ida para o estádio então aí já tenho as minhas dúvidas se não estamos a ultrapassar todos os limites.

Como é possível que um autocarro com uma equipa de futebol profissional seja atacado no seu caminho para o estádio chegando ao ponto de ferir jogadores?!
Vou deixar aqui bem claro para que fique registado que por mim ontem os responsáveis do Benfica perderam uma enorme oportunidade de acabar com aquele circo de ódio e mostrar ao mundo o que é se passa naquele cantinho de Portugal. Não vou nem dramatizar nem teorizar, para mim depois de a integridade física dos nossos jogadores ter sido posta em causa eu ficava muito contente que o autocarro do Benfica desse meia volta e só parasse na Luz. Depois o Benfica apresentava por escrito as razões sustentadas nos relatórios e imagens da polícia à Liga e à FPF (que obviamente se estariam nas tintas) e à UEFA e à FIFA que nestas coisas de segurança não costumam brincar. E que consequências teriam para nós esta balda? No máximo 3 pontos, digo eu, que por acaso nem nos fazem falta porque podemos fechar o campeonato em casa pontuando com o Rio Ave. Era isto que eu gostava que o Benfica tivesse feito.

Fomos a jogo mostrando estar acima de tudo isto e tentámos ganhar uma guerra que não é nossa. Perdemos porque o Porto ontem deu tudo o que tinha pelo orgulho de uma região que não admitia um Benfica campeão no seu terreno. A equipa do Porto fez o que tinha a fazer ganhou porque teve mais alma que o Benfica.
Não, não vou falar dos cartões mostrados aos nossos jogadores nem de casos de jogo. Não me interessam, fomos a jogo e perdemos deixámos o orgulho e o ódio daquela gente falar mais alto e adiámos pela 1ª vez a hipótese de sermos campeões. Não há drama nenhum, até aqui não tínhamos confirmado a conquista do título porque o Braga não deixou, nós temos sempre cumprido a nossa parte. Ontem fomos nós que não conseguimos e o Braga continuou a cumprir a sua parte. Na última jornada temos casa cheia uma tarde de sol (sim, não se lembrem de marcar o jogo para depois das 19h!!) e um dia inteiro para saborearmos a conquista de um título que só conheceu duas noites negras, curiosamente na casa dos clubes gémeos deste campeonato.

Foi um dia passado a viajar de combóio, 10 horas no total, só para estarmos ao lado da nossa equipa e mostrarmos que estamos sempre com eles.
Deixo um beijinho para a Mãe Dalila que ontem não só não esteve com o filho como andou o dia todo agarrada ao telefone preocupada no dia da Mãe.

Deixo uma nota final para dizer que gosto muito de ver a maneira como adeptos e jogadores do FC Porto estavam felizes dentro e fora do estádio na noite em que ficaram a saber que não passam do 3º lugar atrás do braguinha e que desta vez não vão mesmo meter os pés na Liga dos Campeões! Mas a sua alegria foi comovente. É precisamente a mesma alegria que vejo noutros campos quando não perdem connosco. Assim de repente lembrei-me da noite em que perdemos na Trofa e aquela gente ficou doida de contentamento uma histeria que acabou com o clubezinho a regressar à Liga de Honra. O princípio é o mesmo e enquanto a prioridade máxima do nosso futebol for "vencer o Benfica a todo o custo" seremos sempre maiores.

Venha de lá o título no último jogo da época.

domingo, 2 de maio de 2010

domingo, 3 de janeiro de 2010

Luz ao Fundo do Túnel



São cinco os jogadores do FC Porto no fio da navalha Além de Sapunaru e Hulk, também Helton, Fucile e Rodriguez foram flagrados Vídeo vai estar na posse da Liga
Por

Rui Baioneta

Agrava-se o cenário para o FC Porto no rescaldo do clássico que opôs, na Luz, no passado dia 20 de Dezembro, águias e dragões. Depois do jogo, e em função dos relatórios do árbitro e do delegado da Liga, foi instaurado processo disciplinar aos portistas Hulk e Sapunaru, que ficaram automaticamente suspensos até à conclusão do processo pela CD da Liga, circunstância apenas possível devido a uma alteração ao regulamento proposta pelo FC Porto e aprovada pelos restantes clubes, com excepção do Benfica, que se absteve.

Agora, através das imagens dos incidentes colhidas pelo sistema de vídeo-vigilância do Benfica, que chegarão à Liga, A BOLA sabe que também Helton, Fucile e Cristian Rodriguez poderão estar sujeitos a averiguação disciplinar.

OS ACONTECIMENTOS

Rebobinemos a fita e relembremos os acontecimentos posteriores ao Benfica-FC Porto que estão na raiz da tempestade que se aproxima a passos largos: quando a partida terminou, no túnel do estádio da Luz cerca de uma dezena de stewards da empresa PROSEGUR, que trabalhavam sob a supervisão de um coordenador, recebendo ainda instruções do delegado da Liga (ao mesmo tempo que Carlos Lucas, o novo responsável pela organização de jogos, assistia aos procedimentos) instalaram-se a meio do corredor no sentido de separarem águias e dragões no momento do regresso às cabinas.

Tudo decorreu dentro da mais absoluta normalidade até ao momento em que todos os jogadores entraram nos balneários. Os benfiquistas foram os primeiros a recolher à cabina, sem que nada de especial houvesse a assinalar e os portistas chegaram pouco depois, cabisbaixos e contrariados com o resultado, tendo até Fernando exteriorizado a amargura com um pontapé na manga extensível. O último jogador a regressar das quatro linhas foi David Luiz, que tinha ficado para trás a encaminhar um adepto que saltara para o relvado para o saudar, até às bancadas. O defesa do Benfica passou por Hulk, a quem deu um abraço, seguidamente despediu-se da mesma forma amigável de Helton e dirigiu-se à cabina encarnada.

Quando todos os jogadores já estavam nos balneários, a equipa de arbitragem liderada por Lucílio Baptista chegou ao fim da manga e nesse mesmo instante vários jogadores do FC Porto saíram da cabina e dirigiram-se ao local por onde os árbitros estavam a passar. Imediatamente, os stewards colocaram-se em posição, impedindo qualquer contacto dos dragões com a equipa de Lucílio Baptista que, excepção feita ao quarto árbitro João Ferreira, seguiu caminho.

Imediatamente depois de Lucílio Baptista ter saído de vista, começou uma discussão onde também participou Reinaldo Teles, delegado ao jogo do FC Porto, que descambaria numa incrível cena de pancadaria.

BALBÚRDIA NO TÚNEL

Perante o olhar atónito, entre outros, do delegado da Liga, de João Ferreira, de Carlos Lucas e de Rui Costa, Sapunaru e Hulk, numa primeira fase e Helton, depois, tiraram satisfações do coordenador dos stewards (que tinha colete laranja, enquanto que os seus subordinados vestiam colete amarelo), sem que seja perceptível qualquer agressão prévia deste que, inclusivamente, nem se encontrava na linha da frente.

Depois de rodearem os restantes stewards, Hulk e Sapunaru envolveram-se com o coordenador e se as investidas de Hulk não deixaram rasto líquido, já o mesmo não pode dizer-se da acção de Sapunaru que, com um soco de esquerda, abriu a testa do funcionário da PROSEGUR. Para acabar esta cena, Helton também chegou a vias de facto, aplicando, à frente de mais de uma dezena de testemunhas, um pontapé no baixo ventre ao coordenador dos stewards.

Este seria suturado, à ferida na testa, na cabina do Benfica sendo mais tarde transportado ao Hospital. Apresentou queixa na Polícia contra Hulk, Helton e Sapunaru e será visto, esta semana, no Instituto de Medicina Legal. Entretanto, as autoridades policiais já solicitaram ao Benfica uma cópia dos registos de vídeo-vigilância, que pretendem juntar ao processo-crime.

'sururu' URUGUAIo

Mas não foram só Hulk, Sapunaru e Helton a envolverem-se na zaragata do túnel. Também os uruguaios Fucile e Cristian Rodriguez viram a sua acção registada para a posteridade na terceira parte do clássico de 20 de Dezembro.

O envolvimento dos uruguaios não foi com o coordenador dos stewards, que esteve no olho do furacão com Hulk, Sapunaru e Helton, mas sim com um dos seus subordinados. A BOLA sabe que as imagens mostram claramente os internacionais celestes (e também Sapunaru) a puxar um dos stewards de colete amarelo, atingindo-o de seguida com vários socos. São imagens claras e inequívocas, até porque os dois sul-americanos ainda tinham o equipamento, com nome e número nas costas, vestido.

Também o steward atingido por Fucile, Rodriguez e Sapunaru apresentou queixa na polícia, tendo, como sucedeu no caso do coordenador, sido solicitada pelas autoridades a entrega dos registo-vídeo para fazerem parte do processo que está em fase de investigação.

O QUE SE SEGUE

Para já, com Hulk e Sapunaru (aqueles cujo comportamento foi detectado por João Ferreira) preventivamente suspensos, a Comissão Disciplinar da Liga deverá, ainda esta semana, começar a debruçar-se sobre o processo disciplinar em curso. Uma das peças mais relevantes, que correrá ao lado da prova testemunhal, é aquela que resulta da vídeo-vigilância, feita, no caso do estádio do Benfica, por quatro câmaras que permitem a plena observação simultânea de todas as fases dos incidentes, sem deficiências de luz, de cortes ou de deficiências técnicas que já impediram que outros casos tivessem a sequência normal.

Em breve se terá, em primeiro lugar, uma ideia mais concreta sobre os timings de resolução do caso que está em cima da mesa da Comissão Disciplinar; depois a decisão sobre eventuais medidas cautelares a aplicar relativamente a Helton, Fucile e Cristian Rodriguez. Em paralelo correrão os processos desencadeados, junto das autoridades policiais, pelos dois funcionários da PROSEGUR agredidos no túnel da Luz, contra os cinco jogadores do FC Porto.



Regulamento prevê penas pesadas
Ainda esta semana haverá desenvolvimentos, em sede da Liga, do caso do túnel da Luz
Sobre Helton, Cristian Rodriguez e Fucile paira o espectro de uma penalização dentro dos parâmetros a que de momento se habilitam Sapunaru e Hulk.

O Regulamento Disciplinar daLiga (RD) prevê sanções severas para casos de agressão de jogadores a outros intervenientes no jogo com direito de acesso ou permanência nos recintos desportivos (e menos severas se se tratar de resposta a agressão).

É precisamente isso que decorre dos termos do artigo 115.º,n.º1, e) e f) e n.º 2; e do artigo 120.º.

O RD,no que respeita a agressões,na forma consumada ou tentada, por jogadores, reza assim:

ARTIGO 115.º 1.- São punidas nos termos das alíneas seguintes as agressões praticadas pelos jogadores contra (...) delegados ou outros intervenientes no jogo com direito de acesso ou permanência no recinto desportivo:

e) Agressão que determine lesãode especial gravidade quer pela sua natureza quer pelo período de incapacidade: suspensão de 1 a 6 anos e multa de € 5.000 (cinco mil euros) a € 25.000 (vinte e cinco mil euros);

f) Agressão em outros casos: suspensão de 6 meses a 3 anos e multa de € 2.500 a € 7.500 .

2. Os factos previstos nas alíneas do número anterior quando na forma de tentativa são punidos com os limites das penas acima indicadas, reduzidas a metade.

ARTIGO 120.º 1. a) Resposta a agressão: suspensãode 2 a 6 jogosemulta de € 1250 (mil duzentos e cinquenta euros).

Agora, serão, por certo, a abundante prova testemunhal e o suporte vídeo a fornecer elementos para a sentença que se quer rápida.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Somos Nós Que Vamos na Frente

Pela segunda vez em dez anos, as "águias" partem para o clássico na Luz com vantagem pontual sobre os "dragões". A última foi em 2004/05: eram líderes com quatro pontos a mais.

É uma vantagem mínima, mas serve para reconfortar os corações benfiquistas nas contas com os rivais portistas. O golo de Nuno Gomes nos descontos na partida da última jornada em Olhão permitiu aos "encarnados" empatarem com o Olhanense (2-2) e somarem um ponto. Um ponto precioso para deixar os lisboetas em vantagem na tabela classificativa sobre o FC Porto - esta é apenas a segunda vez em dez anos que as "águias" chegam ao clássico da Luz com mais pontos que o adversário nortenho. Na última vez que tal aconteceu, Giovanni Trapattoni levou o Benfica ao título de campeão, na temporada de 2004/05.

Na altura, o Benfica perdeu o jogo, por 0-1. Foi McCarthy quem decidiu o encontro da sexta jornada, segundo os portistas; ou o árbitro (Olegário Benquerença), como preferirem, por não ter validado o remate de Petit que Baía não segurou. O certo é que o FC Porto de Víctor Fernández derrotou o Benfica de Trapattoni e, na altura, ficou a um ponto dos "encarnados", que se seguraram na liderança - uma liderança intermitente no resto da prova que acabaria, no entanto, por resultar no último campeonato conquistado pelas "águias".

Apesar de partilhar a liderança com o Sp. Braga esta época, só por uma vez o Benfica recebeu o FC Porto na condição de líder isolado. E foi precisamente no ano de 2004. E esta é uma situação inédita para Jesualdo Ferreira, enquanto treinador dos portistas, pois parte em inferioridade pontual para o clássico da Luz, depois de três temporadas a apresentar-se como líder. Jorge Jesus estreia-se nos clássicos numa posição ligeiramente mais confortável.