Falemos do novo Manto Sagrado

Nas poucas horas que passaram desde a apresentação da nossa nova camisola já há muitas reacções dos adeptos que colocam algumas questões interessantes que vale a pena ver com mais atenção.
Partindo do principio que o Manto Sagrado é sempre lindo, uns mais lindos que outros, falemos da versão 2010/11.

Estrelas

Estou à vontade para abordar este assunto porque fui o primeiro a lançar esta discussão na blogosfera encarnada. Em Novembro de 2006 escrevi no meu anterior blog, Encarnado e Branco, o seguinte:

E Porque Não 2 Estrelas?!
Ao ver as camisolas que os adeptos do Celtic, e que os jogadores, orgulhosamente vestiam reparo que há uma estrela por cima do seu emblema. Representa a tal vitória na Taça dos Campeões Europeus em 1967 no Jamor. Ao ver os resumos dos outros jogos da Champions fico a pensar nas estrelas que outros clubes exibem.
A minha questão é a seguinte; o Benfica deixa que lhe mudem as cores ao equipamento com tanta facilidade, e ainda ninguém se lembrou de bordar duas estrelinhas por cima da águia?!
É falta de lembrança, ou é preciso mesmo mais qualquer coisa, por exemplo uma autorização da UEFA?
Se não houver obstáculos porque não havemos de jogar com as duas estrelas das nossas duas Taças dos Campeões ganhas na década de 60?!

Sei que na altura esta ideia foi bem acolhida por leitores atentos e perto da Direcção e que se começou a falar desta hipótese.
Depois a adidas e o Benfica decidem lançar uma camisola com estrelas mas virado para o contexto nacional. Uma estrela para cada 10 campeonatos ganhos. Excelente a ideia, trágica a opção de marketing de lançar nessa época as camisolas de venda ao público sem as três estrelas. A roçar o ridículo a opção de só os jogadores poderem usar estrelas. Não comprei camisola nenhuma e desconfio que o volume de vendas dessa época não foi famoso.

Há um ano a decisão lógica e obrigatória, após tanta pressão da blogosfera e não só, de vender ao público a camisola oficia já com as estrelas. Comprei a minha na noite em que foi posta à venda na loja Adidas do Estádio. Foi a primeira de manga comprida a ser vendida e acompanhou-me esta época toda.

O sucesso da inovação das três estrelas foi tão grande que o emblema do SLB rapidamente foi oficiosamente actualizado com as estrelas por cima em todo o lado.
A nível pessoal devo dizer que os momentos de confronto visual com os rivais que mais prazer me deram foram as vezes que apontei para as estrelas ao peito deixando lagartos e tripeiros a espumar sem argumentos.

Por mim já não se mexia mais neste esquema das estrelas.

O Benfica e a Adidas arriscam para este ano uma camisola a evocar o espantoso espírito dos anos 60 e deram um toque retro ao desenho e ousaram simular na zona do emblema um fundo branco como no tempo em que este era cozido à mão. Pessoalmente não faria assim, propunha que o fundo branco fosse mais arredondado apanhando apenas a zona do emblema e que a estrela ficasse fora deste fundo por cima do emblema.

Porquê uma estrela?

Aqui é a parte mais delicada. A ideia é homenagear a equipa que venceu a primeira Taça dos Campeões Europeus em 1960, a estrela representa a conquista da Taça.

Tudo bem, mas penso que podíamos ter outra opção. Por mim devíamos desenvolver dois conceitos de simbolismo.
Para as competições internas devíamos sempre usar as três estrelas. A mesma camisola mas com as valiosas três estrelas e o escudo nacional na manga, claro.

Esta novidade de uma só estrela devia ser implementada numa versão da camisola para a Europa, aí sim só com uma estrela a lembrar a conquista de 60 e de preferência com o logo, que se vê na apresentação do equipamento, por baixo do emblema.

Assim ficava resolvida a situação da confusão que alguns leitores estão a levantar e penso que seria boa opção nível de marketing.
Jogávamos com um equipamento europeu de uma estrela e uma referência com um logo sobre a Taça de 1960, e em Portugal utilizávamos as três estrelas.
Não sei até que ponto a Direcção pode ainda ponderar esta hipótese mas gostava muito que a nossa voz (de todos os associados, bloggers e leitores) fosse ouvida e levada a sério.

A outra situação tem a ver com a repetição da afronta aos estatutos do nosso clube que não combinam com o tamanho e a horrível cor com que é estampado o logo do patrocinador oficial na frente da camisola. Isto devia mesmo ser discutido e ponderado mesmo porque actualmente fica a dúvida sobre quais as três letras que se fixam frontalmente no Manto Sagrado, umas vezes são brancas com fundo azul, outras com fundo preto mudando as letras.
Era bom chegar a um acordo com o patrocinador para conseguirmos uma harmonia aceitável na nossa camisola.

Ficam as sugestões que penso serem pertinentes.

PS : Uma última achega para dizer que o símbolo de campeão das quinas nos anos 60 era cozido na manga do braço esquerdo e não no direito como agora aparece.

PS 2: Já agora chamo à discussão a válida opinião do Céu Encarnado que fala de pormenores que eu ainda não conhecia.