origem

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Leixões 0 - 4 Benfica


O MAR ESTAVA FLAT

Isto ontem tinha tudo para correr mal. Para mim era o grande teste à entrada da recta final do Campeonato. Quantas vezes nas últimas épocas se perderam pontos em cenários destes?
A diferença é que este ano confio (ainda mais) na minha equipa e acho que devo fazer um pequeno esforço e ir atrás dela para a apoiar mesmo quando tenho tudo contra.
Valha-me o apoio de uma mulher que entende o que é ser do Benfica até debaixo de água, e uma santa mãe que há muito que se habituou a preocupar-se mas a compreender esta necessidade de estar lá, seja onde for, a apoiar o Benfica.

Um sábado cinzento com a Protecção civíl possuída a largar alertar vermelhos para todos os 300 km que queríamos percorrer de Lisboa a Matosinhos. O vendaval que acordou Lisboa, a chuva que teimava em cair, a hora incrivelmente tardia a que jogo estava marcado, a proximidade do estádio do Mar ao território inimigo dos super idiotas que ameaçavam (mais uma vez) espalhar violência nas imediações do campo, e uma tradição de ainda não termos vencido o Leixões fora da Luz desde que subiram de divisão. A isto juntavam-se comentários de benfiquistas pessimistas que não arriscavam a viagem por estarem à espera do pior.
É nestas alturas que percebemos se acreditamos , ou não, no que andamos a fazer desde Julho. É nestas horas que sentimos o impulso de avançar, ou não, para uma aventura com um cenário não muito brilhante.
Eu não tive dúvidas em comprar o bilhete para Matosinhos a meio da semana. Sentia que era a minha obrigação depois de tudo o que tenho visto esta época. Isto é, tenho visto o Benfica a jogar muito à bola, a fazer exibições e a marcar como há muito não via, e o resto do país a espumar desesperado falando de árbitros, de túneis, a arranjar manifestações, e sei lá mais o quê.
Vejo meio país histérico porque o Benfica empatou em Berlim (com golos) e a acreditar que o fôlego acabou. Meio país que anda desde Agosto a dizer que só batemos a fracos, que quando o inverno chegar o Benfica não ganha nenhum jogo fora de casa porque não tem físico para se aguentar. Já levamos meses de chuvas e temporais e numa semana o Benfica despacha na Luz o Hertha por 4-0, e vai a Matosinhos repetir o resultado!

Claramente ajudados, vergonhosamente levados ao colo, dar 4 a um representante da Bundesliga na Europa assim como dar 4 num campo complicado onde não costumamos ganhar são resultados estúpidos e que só se justificam pela falta de qualidade dos adversários que por acaso recentemente tinham batido o pé a rivais nossos.

A viagem para o norte foi a normal de um dia de inverno. Algum vento forte, alguns km's com chuva mas nada que justificasse tanto receio. Já fiz viagens na A1 bem piores que a da última noite. Paragem estratégica em Gaia perto da praia para a obrigatória degustação de uma francesinha na companhia do grande amigo Varela que nunca falha (abraço para ele e desta vez com desejo que seja feliz mais logo). Os cinco benfiquistas que rumaram a norte estavam satisfeitos com o repasto, alguns estrearam-se nestas viagens com a turma do FuNNil outros já são habituais. Moral em alta para os últimos minutos de carro até ao Estádio do Mar.

Chegada com o cenário do costume. Benfica por todo o lado. Bancada completamente cheia. Apoio total. Confiança ilimitada. O conforto de sentirmos que somos tantas centenas a acreditar nesta equipa. Entra a equipa e olho para David Luiz e Luisão. Recordo-me que duas noites antes convivi com eles, mostrei o meu bilhete para aquele jogo e depois olho para Jesus que esteve na mesma noite largos minutos à conversa connosco e lembro da confiança que o homem tem no seu trabalho e fico mais calmo para começar o jogo.

Quando festejo o primeiro golo da noite lembro-me porque é que se fala tanto em túneis e colos... Temos sido verdadeiramente ajudados pela arbitragem e por isso é que o golo do Di Maria foi logo invalidado. É o campeonato ganho fora de campo.
Fora de campo na bancada. Mais um roubo contra o Benfica que faz com que o apoio da bancada se torne infernal e que a equipa seja literalmente empurrada para a baliza adversária até marcarmos um golo que ninguém já pode anular. O adversário desmoraliza, o ambiente, sempre quente em Matosinhos, arrefece, e o Benfica passa a jogar ainda mais e melhor. Jesus mexe na equipa como quer e lhe apetece. Dá para tudo. Lança Airton em estreia absolutamente surpreendente, e dá titularidade a Eder Luís deixando Aimar na bancada. E tudo funciona bem!

Na 2ª parte um puto argentino com a camisola 20 que um dia veio para a Luz para fazer esquecer Simão entrou revoltado com todo o favorecimento que o Benfica beneficia e resolveu tentar fazer golos que não pudessem ser anulados. Tarefa complicada mas que Di Maria cumpriu com nota artística elevada. Em 45' Di Maria atingiu o auge como jogador do Benfica e roçou a perfeição só ao alcance de algumas lendas que marcaram os nossos 106 anos de vida.
Tri Maria, um cântico que se transformou de madrugada em capa dos 3 jornais diários desportivos que não primam pela originalidade, ou então que se renderam ao jogador e à bancada que tanto odeiam.

Foi um jogo à campeão. Mais uma goleada que não vai contar para nada porque, como todos sabemos, o Benfica só ganha por ajuda de árbitros e com jogadas de bastidores. Uma vergonha!
Até se devia investigar o gesto de todos os jogadores que correram no fim do jogo loucos de alegria para junto daqueles que os levam ao colo jogo a jogo. Se pensarmos que cada camisola custa perto de 100 euros vejam bem quanto dinheiro foi atirado para aquela bancada de bandidos e de gente mal comportada. Investigue-se mais esta vergonha.

O Benfica hoje faz anos e a sua alma está tão grande, forte e iluminada como nas melhores décadas da sua gloriosa existência!
O Benfica somos todos nós, o Benfica é maior que Portugal e VIVA O BENFICA!

5 comentários:

  1. Mais uma excelente crónica!

    É um prazer ler textos com tanta emoção e entusiasmo. E, claro, obrigado. Se a equipa jogou como jogou muito se deveu ao entusiasmo que veio da bancada. Até da tv se sentia a comunhão com as bancadas.

    Abraço!

    ResponderEliminar
  2. Outro texto carregado de emoção e razão. Obrigado.
    Até já!
    :)

    ResponderEliminar
  3. Obrigado pela referência, os clubes podem ser rivais, mas a amizade verdadeira sobrepõe-se a isso tudo!

    Abraço

    ResponderEliminar
  4. E muito prazer estar loge do Pais e ler textos como este !!!Parabens e obrigado por me lembra que ainda tem gente inteligente e culta , no meu Pais !!! Logico so poderia ser do Benfica !!!Nem sempre posso ver os jogos quanto passam no hunico canal Portugues que pussuo ,vir aqui ao SerBenfiquista e ler retratos tao perfeitos de jogos nossos Rapazes , e uma maravilha !!Vi o primeiro jogo de treino desta Epoca e olhei para varios rapazes e de varios elementos da Diraçao do nosso Clube e vi neles ,muitaaaaaaaaaaaaa seriadade e logico olhei para nosso Presidente Sr. Luis Filepe Vieira e as lagrimas vieram-me...sei la porque ?!Ha meu Benfica obrigado por estar sempre presente no meu coraçao...la estarei no Jogo com o Rio Avew ,para te agradecer em pessoa ,tantos momentos bons ao longo te tantos estes anos de emigrante !!! VIVA PORTUGAL ,VIVA O SPORT LISBOA E BENFICA !!!

    ResponderEliminar
  5. não sei se foi um tsunami (patrocinio escrito nas bancadas do estadio do mar), vendaval ou o rolo compressor…mas passou e não levou tudo à frente sem dar qualquer hipóteses à malta da casa…

    Diabólico Di Maria!!! Vendaval para hoje?... Confirma-se!!! Mais uma goleada! Nós só queremos o Benfica Campeão!!!
    Até o chamaram para o controlo anti-dopping!!!

    ResponderEliminar