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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Lembram-se de Ricky?


Ricky com Ricardo Gomes

O jornal I encontrou Ricky e apresenta hoje uma bonita entrevista com o ex-jogador do Benfica que vale a pena ler. Destaco esta parte:

Paciência que foi coisa que não teve quando a dupla Toni/Jesualdo o lançou a titular no Benfica, não foi?

Ah, já entendi. Esse jogo dos 14-1 ao Riachense calha por estes dias, não é?

Sim, foi a 11 de Janeiro de 1989.

Xiii, há 21 anos. Sim, claro que me lembro desse jogo. Mas essa história tem de ser bem contada aos adeptos, sobretudo aos benfiquistas. Estava em França, a jogar na 1.a divisão pelo Metz [oito golos em 32 jogos durante 1987-88], quando o empresário português Lucídio Ribeiro me negociou para o Benfica, tinha eu 27 anos. Só que tive um azar tremendo e parti a perna no meu primeiro jogo, durante o estágio nos EUA. Não me lembro do adversário. Só sei que foi em Nova Iorque, no Giants Stadium. Fiquei arrumado e nunca pude evidenciar a minha pontaria pelo Benfica.

Nunca, não! Nesse jogo de Taça, foi um ver se te avias.

Sim [risos], nessa tarde fiz tudo o que podia. Tinha acabado de regressar após a lesão e estava ligeiramente desanimado pois perdera os dois primeiros jogos oficiais [1-2 com Boavista na Maia, a 31 de Dezembro de 1988, e 0-1 em Penafiel, uma semana depois]. Aquele jogo com o Riachense era importantíssimo.

Do que é que se lembra desse jogo?

Bem, além de conseguir a espantosa marca de seis golos, dois na primeira parte e quatro na segunda, lembro-me de uma tarde de Inverno com sol, da minha camisola vermelha com o número 9 nas costas, patrocinada pela Fnac, e dos adeptos numa gritaria danada, muito por culpa dos milhares dos torcedores do Riachense. Sabe que o golo deles foi no último minuto e os adeptos festejaram como se fosse a decisão do Mundial? Aí, percebi a grandeza do Benfica. E também a do Bento, um senhor guarda-redes [que foi junior no Riachense]. Era ele que estava na baliza e foi a ele que eles [Tochinha, um jovem fundador metalúrgico, futebolista nas horas vagas] marcaram. Também me recordo daquele esquerdino que veio do Portimonense... até jogou na selecção portuguesa... isso, o Pacheco! Ele foi espectacular, baralhou toda a gente e ofereceu-me sei lá quantos golos. Cá fora, demorei mais de 30 minutos para sair do Estádio. Eram tantos pedidos de autógrafos! Só no dia seguinte é que percebi que o Benfica tinha batido o seu recorde na Taça [datado de Abril de 1949, com 13-1 ao Académico de Viseu]. E eu fiz parte dessa história [Direito, autogolo, Ademir-2, Pacheco-2, Lima, Garrido e Miranda também marcaram].

Mas depois nunca mais jogou!

É verdade. Nessa época, marquei seis golos em seis jogos, cinco deles incompletos [ao todo, foram 210 minutos, o que dá um golo por cada 38'], porque a concorrência era enorme. Havia o Vata, que se sagrou melhor marcador da 1.a divisão nessa época [16 golos, 18 com a Taça de Portugal] e ainda o Magnusson [nove no total]. Sem esquecer o central brasileiro Ricardo Gomes [oito, todos no campeonato]. Não havia espaço para mim naquele Benfica que se sagrou campeão nacional, e que só não teve direito a dobradinha, com a Taça, devido àquele livre do Juanico, do Belenenses.

1 comentário:

  1. tanto me lembro como fui a esse jogo. foi à tarde num dia de semana e tinha ido á natação. como na altura quem era sócio n pagave neste tipo de jogos, decidi baldar-me à natação para ver os 14-1

    :)

    amcslb

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