FELIPE MENEZES |
«O Benfica é a realização de um sonho!» |
Entrevista de ANTÓNIO BARROSO |
OAjax e o Manchester United tinham-no referenciado, o Benfica avançou e contratou-o antes que, perante a campanha do Goiás, a sua cotação atingisse um valor mais elevado. Porque escolheu o Benfica? — Sabia que havia alguns clubes europeus que estavam a observar-me lá em Goiânia, mas o que chegou perto e firme, mesmo, foi o Benfica. Fez a proposta ao Goiás... Foi maravilhoso, uma proposta boa para o clube e para mim, repito, é maravilhoso estar num dos grandes clubes da Europa e do Mundo! Nem hesitei ou pensei duas vezes: é uma daquelas oportunidades que não se pode desperdiçar, uma chance muito boa de trabalho, e a visibilidade do meu trabalho será muito grande. Espero ter, aqui no Benfica, um bom desempenho e conquistar títulos, que é aquilo a que mais aspiro! — Para além das posições que pode jogar e da sua apetência para rematar de fora da área, quais são as suas principais características? — Jogo com os dois pés, de cabeça também não tenho problemas, pois a minha estatura, 1,84 metros e 78 quilogramas, também ajuda. E posso jogar em qualquer posição no meio-campo. Mas gosto de jogar a número dez. — A adaptação, de que tanto fala, será mais fácil num país onde fala a mesma língua e tem tantos compatriotas junto de si? Quais as primeiras impressões do Benfica? — Sem dúvida! Isso foi outro factor decisivo para a minha vinda, é bastante fácil com muitos brasileiros no grupo. Os adeptos do Benfica, deu para perceber no jogo com o V. Setúbal, são muito calorosos. Na rua, já me reconheceram e dei autógrafos, todos de dão as boas-vindas e desejam muita sorte. É impressionante como o Benfica abarca tantos adeptos no Mundo, em Portugal e, especialmente, aqui em Lisboa. — A marcação é mais apertada na Europa do que no Brasil, especialmente a um número dez... — Sim, no Brasil o polícia sempre dá um pouco mais de espaço. Mas tudo isso é questão de adaptação. Nunca tive problemas em jogar com um adversário a marcar-me directamente. — Não serão exactamente golos que se lhe vão exigir, antes passes de para os seus companheiros finalizarem. Está ciente desse papel? — Essa é a função de um número dez. Mesmo assim, este ano nem me estava a correr mal nesse domínio: no Goiás, em 19 jogos do Brasileirão, metade do Campeonato, já tinha conseguido três golos... «OXALÁ CONSIGA O TÍTULO ESTA ÉPOCA!»— Está a par da exigência dos adeptos e dos pergaminhos do Benfica? Não basta ganhar, há que jogar bem e vencer. Aos 21 anos, está preparado para essa responsabilidade? — Sei que o Benfica não conquista o título nacional já há algum tempo, quatro anos. Mas a responsabilidade não me assusta, o Benfica está bem e na briga pelo título, que, espero, consiga esta época! — Chega como aposta para o futuro e, como disse o técnico, é aposta não imediata, antes a médio e longo prazo. Com o Benfica a golear e a jogar bem, como sucedeu diante do V. Setúbal, está mentalizado para passar muito tempo no banco ou bancada, nesta sua época de estreia na Europa? — Jorge Jesus conversou comigo. Deu para perceber que o futebol cá é um pouco diferente, e, pelo que vi neste último jogo, o ritmo é muito diferente, mais rápido. Terei de me adaptar rapidamente para poder ajudar a equipa dentro de campo. A minha expectativa é essa. Entendo que ainda não é o momento de jogar, que vou ter de me adaptar e entrosar mais com os companheiros. Sei que investiram em mim e me trouxeram com o objectivo de ser útil e ajudar a equipa talvez dentro de um ou dois anos, não imediatamente. Mas se conseguir adaptar-me rapidamente, espero enquadrar-me no perfil que Jorge Jesus pretende e conquistar a sua confiança, para poder jogar. «RUI COSTA PASSOU-ME MUITA CONFIANÇA» — Conversou com o presidente, Luís Filipe Vieira, e com Rui Costa, antes de se decidir. Este último terá tido um papel decisivo para terminar com as suas dúvidas. Que lhe disseram? — Foram muito gentis comigo. Rui Costa já conhecia, foi um enorme jogador, para mais na mesma posição que a minha. Foi uma honra falar com ele e depois tê-lo a receber-me, no Seixal, a explicar-me a grandeza e dimensão do Benfica. Fiquei muito lisonjeado com o que me disse e as expectativas que depositam em mim, vindo de quem vêem, daquele que foi um jogador de selecção e de eleição. Ter um ídolo nacional, como Rui Costa, a receber-me, foi... soberbo! Rui passou-me muita confiança. Também me inteirou da responsabilidade que é jogar no Benfica. «Agarrar OPORTUNIDADE dE JOGAR CHAMPIONS!» — Sim. A questão financeira até ficou em segundo plano: tratou-se, mais do que tudo, de uma oportunidade de trabalho que não poderia desperdiçar. Já tenho três anos como profissional no Goiás, adquiri um pouco de experiência. É lógico que não é uma bagagem muito grande, ainda, mas vai ajudar-me a triunfar aqui e a auxiliar o Benfica a conquistar títulos, espero! — Que sonho lhe falta cumprir? — Estar no Benfica já é a realização de um sonho! Mas agora não quero parar por aqui, não. Quero dar um título nacional ao Benfica, esse é o meu sonho profissional, agora. E disputar a Champions League, que é o sonho de qualquer jogador! Sei que o Benfica já foi campeão da Europa duas vezes e esteve cinco vezes nas finais. Deve ser dos que tem mais, com o Real Madrid, Milan e Liverpool, não? Espero estar a jogar a Champions pelo Benfica dentro de um ano! |
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Reforço Felipe Menezes em Discurso Directo
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